Capítulo XI
FOLHAS DE PAPEL
"Depois de tanto chorar na carteira em que ele
se sentava, saí correndo em direção à rua. Nem procurei minhas amigas para irmos
embora juntas, elas deveriam estar na lanchonete do colégio, almoçando. Não
queria preocupá-las com mais uma de minhas crises e, naquele estado no qual me encontrava, eu não sentia fome nenhuma, não
sentia
nada, a não ser ódio de mim mesma e da vida que levei até aquele dia. Minhas lágrimas mal me deixavam olhar onde eu estava
pisando,
meus olhos se tornaram verdadeiras cachoeiras de lágrimas."
"Parei
no cemitério e corri até o túmulo de minha avó, como sempre fazia quanto estava
muito mal. Reparei, antes, que o cemitério estava bem bonito, mais do que o
normal. Cheio de flores. Olhei algumas borboletas e pássaros
voando... parecendo tão livres, tão felizes, tão despreocupados! O dia estava tão
lindo agora há pouco mesmo... até que começou a chover para combinar com meu
humor: triste, pra baixo, derrotada..."
Mayra:
Onde está aquele garoto? E como eu posso
sentir algo tão profundo por ele sendo que nem ao menos o conheço? Vó!! Onde você está?! Eu preciso
da sua ajuda, do seu toque, da sua voz, mais do nunca. Estou tão sozinha... não
sei o que fazer.
"Foi aí que
eu ouvi uma voz familiar nas minhas costas. Era a minha avó."
Vovó: Mayrinha, acalme-se, querida. Não
importa o que aconteça, o amor verdadeiro está te esperando.
Mayra: Mas... como... como...
Vovó: Não interessa. O que importa é que
tudo ficará bem. Só se acalme, minha linda.
Mayra: Vó... eu não consigo acreditar
que... que... a senhora... está aqui!
Vovó: Mayrinha, eu sempre estive aqui.
Você nunca me viu, mas eu sempre estive aqui, te observando, de longe.
Mayra: Eu sabia que não estava louca!
Quantas vezes contei à minha mãe que eu te sentia do meu lado, que você falava
comigo. E ela me levava amarrada ao psiquiatra! Aquela insensível!
Vovó: Não fale assim da sua mãe, Mayra.
Ela te ama e só quer o seu bem, assim como eu. Se acalme, minha lindinha.
Mayra: Eu sinto... tanto... tanto... a
sua falta! Eu só penso em você! Você é a minha única amiga verdadeira! Pq vc
teve que partir tão cedo?! Você... você... você me abandonou!
Vovó: Uma hora todos nós temos que ir,
faz parte do ciclo da vida. Portanto, aproveite-a, Mayrinha. Só depende de você
ser feliz e valer a pena ter vivido. Pare de chorar e corra atrás daquilo que
você deseja! O amor está esperando, mas você tem que fazer um esforço para que
ele não se canse de tanto esperar-te.
Mayra: ..............
Vovó: Tenho que ir. Lembre-se que sempre
estarei contigo... eu te amo.
Mayra: NÃO!!!!!!!!! NÃO VAI, POR
FAVOR!!!!!
"Era tarde demais. Ela já tinha ido embora... sei lá
para onde. E parecia que ela nunca mais ia voltar."
"Sentei
em frente ao seu túmulo.
Repeti o
mesmo "ritual" de quando ficava triste: abri o mesmo caderno que o garoto dos
meus sonhos havia pegado e peguei uma caneta no bolso para escrever sobre o
quanto eu fui tola. Fui folheando-o para reler o que eu já havia escrito. Mas
notei que todas as folhas onde eu costumava escrever o que sentia, não estavam
mais lá, foram arrancadas!"
"Até que algo caiu de dentro do caderno."
Mayra: O que é isso?!
"Era um
pequeno pedaço de papel, meio amassado e molhado, escrito:"
Mayra: AHHHHHHHHHHH! Que vontade de morreeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrrrr!
"Era realmente verdade,
estava comprovado! Ele existia,
me amava e sempre
esteve ao meu lado, só que eu não queria enxergá-lo. E agora? Como vou achá-lo?
As aulas acabaram e nunca vou descobrir para onde ele foi."
Não perca o próximo
capítulo de Déjà Vu! \o/