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Capítulo X

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Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII

  LÁGRIMAS E SANGUE


"Fiquei olhando a carteira por alguns instantes.
Como era possível tamanha coincidência, distração e estupidez?"

 

"Finalmente, suspirei, puxei a cadeira e sentei. Fiquei um bom tempo ali, sentada, só imaginando como era sentar ao lado de uma pessoa que nunca te notou! Qual é a sensação? Quão ruim é ser rejeitado, invisível? Como é viver um ano inteiro sem conhecer ao menos o rosto das pessoas que te cercam? Como as pessoas podem ser, aos meus olhos, tão... descartáveis? Desprezíveis?


Aquilo me doeu como uma faca no estômago, já que eu me sentia da mesma forma com relação ao mundo. Quantas vezes as pessoas mal sabiam que eu existia? Só passei a me tornar um pouco mais visível depois da banda, e mesmo assim, as pessoas mal lembravam do meu nome. Quantas experiências e amizades não perdi por causa de meu comportamento anti-social e egoísta? Não dá nem para tirar uma medida aproximada do desastre. Mais uma vez, eu me dei mal..."

 

 

"É deprimente ser invisível para as outras pessoas, e eu sei muito bem disso. Imagine passar pelo mundo e não ser notado, não ser lembrado, não ser amado, não oferecer nada notável. Ser um nada, uma página em branco... só mais um corpo jogado em uma cova qualquer, como um trapo velho, sujo e sem valor. Ter toda a sua dignidade, esperança e sonhos devorados por minhocas e seres rastejantes. Do que vale viver para ter um final trágico como este?

Eu estava sempre mal, infeliz, chateada e desapontada com a vida. Tenho tanto amor pra dar, mas ninguém quer recebê-lo... do que adianta?! A única coisa que me fazia sentir viva era a sensação de estar cortando os pulsos, bem rente à carne. Ver o sangue jorrando era excitante. Aquilo ardia e me doía tanto, que só estando muito vivo para saber como é. Todo suicida sabe que chega uma hora que a dor vira prazer, e acabamos por ficar anestesiados por tanto dor.... não sentimos mais nada. Somos uma nação de "dessensibilizados"."

 

"A verdade é que eu nunca tive noção do significado da vida. Sempre achei que apenas nasci para um dia poder morrer... nada além disso. Agora vejo que eu desperdicei minha vida inteira, pois não fiz absolutamente nada para me destacar, nem para conquistar meus objetivos, nem para lutar pela minha existência, nem para ser imortal, e muito menos para ter alguém especial em minha vida. Minha existência foi inútil, nasci em vão, só trouxe decepção e desgraça."

 

"Não sei o motivo, mas de alguma forma sinto que ele se sente assim, também... sinto que compartilhamos dos mesmos sentimentos e angústias. Ele deve ser um cara tão depressivo e sozinho quanto eu, talvez este seja o motivo de eu ter me atraído tanto por ele em questão de segundos..."

Foi aí que acordei pra vida e reparei que havia algumas frases e desenhos rabiscados em sua carteira:"

 

 

“Me sinto tão sozinho. Quando você vai olhar para o lado e me perceber aqui?”

"Olhe para mim! Estou atrás de você! Deixe-me mostrar que eu te amo de verdade”

"Porque eu tenho tanto medo assim de falar com você? Por causa da sua beleza ofuscante!”.

“Você é tão linda... Será que algum dia olhará para trás?”.

“Minha fanta-uva!”

"Fanta uva, i love you...."

 

Mayra: .... Fa-Fa-Fanta-uva?! Mas quem... ah, não pode ser! Ninguém nunca me chamou assim, não pode ser eu, justo EU, a maior idiota do mundo!

"Mas logo pensei comigo mesma: quem mais se encaixaria num apelido tão sugestivo quanto este? Já diziam os babacas que me zoavam... "ô cabelo manchado de fanta uva..."."

 

Reparei que havia mais uma frase, no canto superior direito, escrita com letras maiores do que das outras frases. Para meu espanto, era exatamente a mesma frase da prova:

“As coisas mais importantes da nossa vida acontecem quando menos esperamos e quando mais precisamos”

 

 

"As lágrimas começaram a cair instantaneamente. Eu não podia acreditar naquilo. Percebi o quanto fui burra em ignorar as pessoas ao meu lado, em ser egocêntrica e antipática e ficar me lamentando por algo que eu mesma tenho culpa. Passei tantos dias chorando, cortando os pulsos, evitando contatos sociais, me torturando sozinha pelos cantos. E a culpada sou eu mesma! Se eu tivesse olhado para os lados, para trás, para frente, enfim, PARA A VIDA, teria visto que o amor da minha vida sempre esteve perto de mim, só esperando uma oportunidade para começar nossa história. Eu sou uma megera, uma idiota, uma burra. Acordei tarde demais para a vida. Vou jogar a toalha e sair fora..."

 

 

"Por minha culpa, eu simplesmente joguei fora o amor dos meus sonhos. Um garoto lindo e perfeito foi jogado no lixo..."

 

"E seu nome era Leandro. Dos cabelos alourados..."

 

 

 

Não perca o próximo capítulo de Déjà Vu! \o/

*Todos os direitos reservados à Roberta Ayres Torres (Silly Girl) e Igor Akio Matsuoka - 2005/2006/2007/2008*